segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Em Bom Português



Linguagem Virtual

Decifre: vc ñ q tc pq? Difícil, não? Infelizmente, esse tipo de linguagem tem se difundido cada vez mais rápido entre os estudantes, principalmente entre aqueles que usam a internet e o celular como forma de comunicação e interação com o mundo e com as pessoas.
A “linguagem virtual” anda na velocidade da informação, rapidamente, e contamina cada vez mais jovens e adultos com a possibilidade de compactação das palavras, das frases, enfim, da própria mensagem. A própria idéia de “virtual” já pressupõe uma abstração: segundo o Aurélio, é algo que existe, mas que não tem um efeito atual. Ou seja, é algo abstrato, sem substância. Mas “está na moda” escrever através de abreviaturas, “fica mais fácil”. E a velha mania dos falantes de diminuir tudo que falam dá as cartas mais uma vez. O problema é quando essa linguagem invade as redações, os exercícios... Aí se torna um imenso problema. Já imaginou uma redação de vestibular toda redigida através dessas expressões? Seria impossível corrigi-la! E se o corretor não pode corrigir uma redação, não pode avaliá-la, portanto, nota zero pra ela.
Diante das inovações tecnológicas, não se pode propor, principalmente aos jovens, que se afastem das maravilhas da informática, da facilidade dos celulares, entre outros. Mas a linguagem que usamos nesses meios deve se restringir a eles! Se usamos palavras e expressões abreviadas nos bate-papos da internet, nas mensagens de celular, que nos limitemos a isso. Nada de trazer esse tipo de escrita para as atividades escolares, para documentos ou usos gerais do nosso cotidiano. Não se pode impedir que a linguagem virtual seja utilizada, mas que ela se limite aos meios onde surgiu – e deve ficar: internet, celulares, pager... Em tempo: traduzindo a expressão do início do texto: “você não quer teclar por quê?”.
As dicas para o uso do bom português dessa vez se referem à escrita de algumas palavras e expressões muito usadas no dia-a-dia. Começando pelas expressões, você “está em dia” com o uso do português? Isso, “em dia”, no singular. Se falar e escrever assim, certamente estará! E quando alguém maltrata o português eu fico fora de mim. Você, certamente, fica fora de si. Pois é, eu não posso ficar “fora de si”: a expressão deve concordar com a pessoa a que se refere (eu – mim; ele – si). Agora, diga: você tem televisão a cores em casa? Cuidado! O correto é dizer televisão em cores, ou em preto e branco, se for o caso, afinal você assiste ao filme em cores, em preto e branco, e não “a preto e branco”! Quanto às palavras, cuidado coma grafia de sobrancelha, isso, sem “m”, não é uma “sombra”, pois significa “sobre os cílios”, e não “sombra” dos cílios. Atenção também para privilégio! Afinal não deve ser privilégio de poucos falarem bem o seu idioma.
Enfim, a linguagem virtual tem seus limites, que devem ser observados, para que a nossa língua não sofra as conseqüências desse fenômeno. Escrever de acordo com o padrão culto da língua é uma exigência da vida profissional, dos concursos públicos e dos vestibulares. E isso sem dúvida não pode ser desprezado. E não custa nada lembrar: leia sempre, é o melhor caminho para usar bem a língua portuguesa. Um abraço, até a próxima.

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