terça-feira, 19 de maio de 2009

Reflexões da madrugada

Que a grande mídia é volúvel todo mundo sabe. O problema é que, apesar de saber disso, muitas pessoas se deixam levar pelo oportunismo midiático, e viajam nas suas conveniências sem raciocinar.
Há quanto tempo a "Crise Econômica" habita os telejornais? E a "Gripe Suína"? As notícias de ocasião são como água no deserto: vendem bem e nem têm contra-indicações. Enquanto isso, os problemas do cotidiano, os escândalos dos políticos, a degradação da natureza ficam esperando que a roda-viva dos modismos jornalísticos as insira novamente no rol de destaques da semana.
E diante da feição carrancuda dos apresentadores bem vestidos manejamos espasmos circunstanciais de surpresa e consternação: "Oh, a crise!". "Oh, a gripe!"...
Em tempo: por que a "Grande Mídia" tratou de forma tão diferente as enchentes do Nordeste e a enchente de Santa Catarina? Será que foi porque aqui morreu menos gente (como se se tratasse de um macabro placar) ou porque nordestino já está acostumado a sofrer? E por que será que a comoção dos nordestinos foi menor com os outros nordestinos que com os também sofridos catarinenses? Não se trata de revanchismo, mas... será essa (falta de) comoção mais um subproduto da "Grande Mídia"?
Ainda precisa ter dúvidas???

Um comentário:

  1. Um exemplo inesquecível desse oportunismo midiático foi o caso Isabella. A mídia criou uma novela com a história, alimentada a cada dia com um novo capítulo. Reconstituição do crime, depoimentos de coleguinhas da escola, pai que não passou na prova da OAB... arg! Que importa tantas outras crianças sendo violentadas no país? Bom mesmo é ver é o final da história.

    E quem precisa saber sobre os escândalos do Senado? Importante mesmo são as notícias sobre a morte de Michel Jackson.

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