Ao cidadão não basta acompanhar a
política por um único meio de comunicação ou pelo disse-me-disse das ruas. É
preciso haver responsabilidade, consciência ao difundir informações e no mínimo
curiosidade ao escutá-las. Sim, responsabilidade em não transformar em mentira
fatos verdadeiros e vice-versa e curiosidade em investigar se aquela informação
dada condiz com a realidade.
Parece uma tarefa simples fazer
tudo isso, mas não é. Primeiro porque neste país há um antigo costume de se
repetir a mentira até virar verdade, graças aos interesses escusos de muitos
meios de comunicação e da falta de memória do povo. Segundo porque paira no ar
uma impressão de que busca por variedade de informações e pelo conhecimento são
coisas sem valor, postas em prática apenas por intelectuais pouco afeitos à
prática das situações cotidianas. Enquanto esses pensamentos perdurarem no
Brasil, a politização continuará a ser uma bela utopia.
Politizar-se, portanto, não se
limita a saber da vida dos políticos ou quanto ganham ou deixam de ganhar. É
uma atividade constante, que exige do cidadão um cuidado especial em investigar
sempre que possível quais projetos foram apresentados por quais políticos, quem
votou a favor ou contra ações que beneficiariam ou prejudicariam a população,
quem se envolveu ou apoiou políticos comprovadamente corruptos.
E mais um importante detalhe: a
memória. Não nos esqueçamos de quem um dia roubou, desviou dinheiro,
envolveu-se em escândalos, para que nunca mais volte à vida pública. Agindo
assim, poderemos nos considerar um pouco mais politizados.
Essa consciência política acaba sendo ofuscada por processos eleitorais que funcionam a base de troca de favores, onde os benefícios envolvidos não destacam a real necessidade da nação. Difícil fomentar a politização para um povo com pouca educação, sem o mínimo entendimento dos aplicativos do recurso público.
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