terça-feira, 7 de setembro de 2010

Por que não se interessar por política?



Virou moda nas infelizes correntes de e-mail aquelas mensagens de voto nulo, ou até aqueles que dizem não querer saber de política por estarem decepcionados com os rumos da política no país.
Pois bem, aos emissores e repassadores desses tipos de e-mail, e a todos aqueles que viram as costas para a política nacional e para as eleições, tenho uma pergunta importante: Vocês já estudaram História? Ou fazem parte dos idiotas que ainda acham que História é "matéria decorativa"?
Então, vamos lembrar dos regimes totalitários, da censura, da repressão, da violência... Quantas pessoas, de idades diferentes, perderam suas vidas pela liberdade, pelo direito de votar? Será que de nada adiantou o sangue derramado de Carlos Marighela, Carlos Lamarca, Frei Tito, entre tantos outros mártires, fora os milhares de desaparecidos, descartados como lixo pela ditadura militar, sem terem ao menos o direito de serem enterrados por suas famílias?
Será que a "decepção" com os políticos não é uma questão pessoal? Eu me decepciono e coloco toda a coletividade em perigo, deixando triunfar os corruptos que compram seus votos? Ou eu me decepciono e voto "em protesto", elegendo parvos palhaços da TV e do esporte? É assim que se constrói cidadania?
Mas vocês estão tristes e decepcionados demais... Acham que TODOS os políticos são corruptos e que não vale a pena gastar seu tempo discutindo política ou votando... São inteligentes demais para perderem sua preciosa inteligência superior...
Uma pena, senhores(as). É muito fácil se alienar. Na verdade, é muito mais fácil. Discutir, avaliar, refletir dá muito mais trabalho. E abandonar convicções particulares em função do coletivo é ainda mais trabalhoso. Num mundo capitalista como o nosso, abandonar a "zona de conforto" é quase impensável. Coisa de comunista!
Então, intelectuais políticos da abstinência, recomendo que vocês leiam. Larguem um pouco a TV e os livros de auto-ajuda e vão ler sobre a História do nosso país e da América Latina. Tomem conhecimento ou se recordem do genocídio que foi cometido contra aqueles que lutavam por liberdade. E, principalmente, reflitam quais políticos e seus partidos se alinham ideologicamente e historicamente com aqueles grupos que, junto aos militares, comandavam os regimes ditatoriais. E lembrem-se de que esses grupos chegaram ao poder mediante GOLPES, não revoluções, como alguns insistem em dizer,lançando eufemismos (como a Globo, por exemplo).
Leiam 1968, o ano que não terminou, de Zuenir Ventura; Os Carbonários, de Alfredo Sirkis; O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira; Lamarca, o capitão da Guerrilha, de Emiliano José e Oldack Miranda; Batismo de Sangue, de Frei Betto; a coleção As Ilusões Armadas de Elio Gaspari, entre tantos outros livros que mostram o que foi a ditadura militar no Brasil de 1964 a 1985 e as suas consequências para o país.
Depois, pensem: será que foi tudo em vão? Não será mais fácil protestar elegendo outras pessoas, cobrando delas e não esperando que os políticos sozinhos mudem a sociedade? Somos nós que os elegemos e não o contrário.
Não aceito a decepção como desculpa.
"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente".

Eu sigo com a ideia de Gabriel O Pensador. E você, vai continuar reclamando sem fazer nada?

Um comentário:

  1. Amei o seu texto André! Ainda bem que uma parcela da população continua a entender que somente através da nossa atitude é que vamos melhorar esse país e não da omissão, ou seja, pregar voto nulo ou não ligar para política com a pseudodesculpa de que está desiludido dos políticos é a mais pura omissão.

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